Nossa luta por transformações na
educação brasileira não começa (nem termina) nas eleições de delegados para o
CONUNE. A chapa 3 - A UNE SOMOS NÓS! - é mais um capítulo do
processo de lutas que desenvolvemos no último período. Queremos construir uma
alternativa ao projeto elitista e conservador que sempre controlou a educação
no país. Queremos construir um Projeto Popular para a Educação.
Avançaremos nessa construção quando tivermos:
- Mais investimentos públicos na educação!
Queremos 10% do PIB e 100% dos royalties do pré-sal para a educação
pública, além da destinação de R$2 bilhões em recursos para assistência
estudantil.
- Erradicação do analfabetismo!
É inadmissível que em pleno século XXI existam ainda 12,9 milhões de brasileiros
que não sabem ler nem escrever. Devemos fazer do Brasil um país livre do
analfabetismo!
- Ampliação do acesso à universidade pública!
Apesar do crescimento das vagas nas universidades ocorrido nos últimos
anos, atualmente apenas 15% dos jovens brasileiros têm acesso a este direito.
Quase 75% das matrículas no ensino superior são em universidades e faculdades
particulares! É preciso inverter esta lógica!
- Cotas sociais e raciais!
Ampliação e fortalecimento dos programas de ações afirmativas nas
universidades.
Adequação dos currículos a realidade dos povos tradicionais (indígenas e
quilombolas), respeitando suas especificidades culturais.
- Creches para mães estudantes!
Garantia do direito à educação para as mães jovens que estão na escola e
nas universidades, através da oferta de creches para seus filhos.
- Regulamentação das faculdades e universidades particulares!
O estado precisa regular estas instituições para acabar com preços
abusivos de mensalidades e falta de qualidade do ensino, entre outros
problemas.
- Educação do e para o campo!
Oferta de cursos universitários e técnicos para os jovens agricultores,
que contribuam para a permanência destes no campo.
- Investimentos reais no desenvolvimento soberano de ciência e
tecnologia!
Se queremos ser uma país soberano, devemos romper com a lógica perversa
de exportar matéria-prima para importar tecnologia!
Queremos que a UNE defenda nas universidades
- Mais investimentos que garantam a ampliação da estrutura para atender com qualidade as demandas reais dos estudantes, garantindo não só o acesso, mas também a permanência: construção e ampliação de casas do estudante, RU’s, prédios e salas-de-aula, laboratórios, contratação de professores e valorização das bolsas estudantis.
- A democratização das instâncias deliberativas, com a implantação do voto universal para reitor e criação de mecanismos que coloquem os conselhos superiores sob controle social da comunidade.
- Programas de educação do e para o campo que fortaleçam a integração entre a universidade e os movimentos sociais, como o Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (PRONERA); abastecimento dos RU’s com alimentos orgânicos provindosda agricultura familiar e camponesa; o incentivo a programas de pesquisa em desenvolvimento de formas sustentáveis de produção, que respeitem o meio ambiente.
- A luta contra a implantação da EBSERH (Empresa brasileira de Serviços Hospitalares);em defesa da saúde pública, gratuita e de qualidade para toda a população.
- A valorização da formação docente, com programas que aproximem a universidade da escola e a escola da universidade, junto com a ampliação de bolsas de iniciação à docência;
- Políticas de incentivo e apoio aos projetos culturais desenvolvidos pelos estudantes;
- A implementação de Comissões da Verdade, para apurar os acontecimentos ocorridos no período da ditadura civil-militar (1964-1985), nos estabelecimentos de ensino superior;
O que queremos para a UNE:
- Autonomia frente a governos e reitorias;
- Retomada dos Centros Populares de Cultura da UNE (CPC), na perspectiva de fortalecer os laços entre os estudantes e a grande maioria da população que não está na universidade;
- Construa e fomente a organização de uma instância nacional de defesa dos interesses e direitos dos estudantes bolsistas.
- Fortaleça a articulação entre o movimento estudantil e os movimentos de combate às opressões (machismo, racismo e homofobia).
- Se engaje na Campanha permanente contra os Agrotóxicos e pela vida.
- Que construa junto aos demais movimentos da educação, uma Campanha Nacional pela erradicação do analfabetismo no Brasil.
Nossas proposições não são fórmulas prontas e acabadas, pois temos
consciência que o desafio de construí-las concretamente exige muita
criatividade, coerência e humildade. As lutas por reformas estruturais para a
educação brasileira exigirão unidade entre todas as forças do movimento
estudantil, pois essa luta é nossa, é do povo, e só unidos, mobilizados e
organizados vamos construir um Brasil novo.
A UNE SOMOS NÓS! CHAPA 3
Eleições 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) - UFSM -
2013
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